Duarte, Maria

nada podeis contra o amor (eugénio de andrade)

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a Escola no mundo... o mundo na escola...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

10 de Dezembro de 1909

nasceu o Homem mais imponente que já conheci: Duarte Cravo.
o meu avô marcou-me muito: vivi com ele quando tinha 5, 6 anos. dormia sestas e ouvia-lhe histórias. foi um homem muito avançado para o seu tempo: lia, organizava passeios, informava-se do mundo...
tinha a 4ª classe; escrevia sem erros - coisa que muitos doutores e engenheiros de hoje não fazem...
avô: sabes que estaremos sempre juntos...

sábado, janeiro 14, 2006

estórias do avô...

(já que o Eduardo começou...)

este puto de 40 anos ouviu imensas, inesquecíveis, estórias contados pelo avô. recordo-me das suas aventuras, nos idos de 20 e 30 do século passado, nas batalhas que a malta do Salgueiro protagonizava na Senhora do Valverde - Caféde. ou do famoso roubo do sino do Juncal. ou, ainda, das suas aventuras em Lisboa nos anos 50...

(carlos)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Uma das histórias do avô (e eram tantas) era a de "caírem picaretas em brasa."
Fiquei tão fascinado com a imagem que pensei fazer um desenho ou uma pintura com o tema...
Um dia perguntei ao avô como caíam as picaretas. O avô respondeu-me que elas caíam directamente com o bico em brasa, para baixo, e sem os cabos.
Brincávamos frequentemente com inúmeras situações em que teria sido divertido ver as tais picaretas a caírem. Segundo o avô, logicamente, elas eram mandadas do céu, talvez pelo próprio S. Pedro, que o avô gostava tanto de convocar nas suas conversas e histórias.
Nestes dias, no nosso triste Portugal, daria imenso jeito e seria uma benção "caírem picaretas em brasa." Mas não... só cai mesmo chuva.
Conclusão: o avô era um surrealista (e se fosse pintor seria um Magritte ou um Dali...)
Já agora, S. Pedro é o padroeiro do Salgueiro, talvez por isso, era o santo preferido do avô...

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Natal

recordo um Natal.
em 70.
ou 71.
neve no dia de se ser feliz.
recordo o regresso da avó da missa.
recordo o seu cuidado ao subir a rampa.
já não há Natais assim...

(carlos)

quinta-feira, dezembro 22, 2005

a casa

a casa é a Fonte Fria.
espaço redentor.
passagem para o campo.
o avô no seu banco.
a avó no seu banco.
chegado lá, sentia a eternidade...

(carlos)

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Húmus

nos princípios dos anos Setenta, vivi com os avós durante 15 meses.
recordo as hortas, o cheiro da terra, o húmus salvífico e redentor, a génese matriarcal.
eram os tempos felizes - das sestas com o avô, dos olhares (e)ternos da avó...

(carlos)

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Os avós na cozinha

As férias no Salgueiro com os avós eram gigantescas e sem fim.
O avô contava histórias deliciosas e a avó estava sempre preparada para me fazer bife com imensas batatas fritas. Escusado será dizer que nunca mais ouvi histórias como aquelas e nunca mais provei batatas e bifes com aquele sabor... Havia ainda uma gaveta imensa na comprida mesa de pedra mármore, onde se escondia sempre queijo e pão. Infelizmente, na altura não gostava de queijo mal cheiroso (que desperdício...), mas a simples visão cromática do queijo amarelado sobre o prato de plástico vermelho (ou azul?) garrido é inesquecível. Igualmente espantosa era a visão da avó a comer aquele queijo sempre acompanhado de um pedaço de pão!
Em relação às refeições, recordo que um dia, pasme-se, o avô fez mesmo o almoço para ele e para mim, porque a avó tinha ido para uma matação (julgo que da tia Elisa)...

Duarte, Maria

os avós destes netos foram, são, serão, para todo o sempre, pessoas espantosas.
altivo, robusto, imponente, Duarte.
bondosa, altruísta, linda, Maria.
um beijo de sempre - e para todo o sempre, avós...

(carlos)